01. (UNESP) - As caravanas do Sudão ou do Niger trazem regularmente
a Marrocos, a Tunes, sobretudo aos Montes da Barca ou
ao Cairo, milhares de escravos negros arrancados aos
países da África tropical (...) os mercadores mouros
organizam terríveis razias, que despovoaram regiões
inteiras do interior. Este tráfico muçulmano dos negros
de África, prosseguindo durante séculos e em certos
casos até os mais recentes, desempenhou sem dúvida um
papel primordial no despovoamento antigo da África.
(Jacques Heers, O trabalho na Idade Média.)
O texto descreve um episódio da história dos muçulmanos na Idade Média, quando
a) Maomé começou a pregar a Guerra Santa no Cairo
como condição para a expansão da religião de Alá,
que garantia aos guerreiros uma vida celestial de pura
espiritualidade.
b) atuaram no tráfico de escravos negros, dominaram a
África do Norte, atravessaram o estreito de Gibraltar
e invadiram a Península Ibérica.
c) a expansão árabe foi propiciada pelos lucros do
comércio de escravos, que visava abastecer com mão-de-obra negra as regiões da Península Ibérica.
d) os reinos árabes floresceram no sul do continente
africano, nas regiões de florestas tropicais, berço do
monoteísmo islâmico.
e) os árabes ultrapassaram os Pirineus e mantiveram o
domínio sobre o reino Franco, até o final da Idade
Média ocidental.
02. (UFSCAR) - Antes deste nosso descobrimento da Índia, recebiam
os mouros de Meca muito grande proveito com o trato
da especiaria. E assim, o grande sultão, por mor dos
grandes direitos que lhe pagavam. E assim também
ganhava muito Veneza com o mesmo trato, que
mandava comprar a especiaria a Alexandria, e depois a
mandava por toda a Europa.
(Fernão Lopes de Castanheda, História do descobrimento e conquista da Índia pelos portugueses (1552-1561), citado por Inês da Conceição Inácio e Tânia Regina de Luca, Documentos do Brasil Colonial. SP: Ática, 1993, p. 19.)
O texto refere-se
a) à união política e militar entre venezianos e mouros,
contrários às navegações portuguesas.
b) à chegada dos navegantes portugueses à Índia,
comprovando empiricamente a esfericidade da
Terra.
c) ao enriquecimento do grande sultão muçulmano, às
custas do empobrecimento das cidades italianas.
d) ao deslocamento do comércio lucrativo de especiarias da região do Mar Mediterrâneo para o Oceano
Atlântico.
e) ao projeto de expansão marítima da coroa portuguesa, preocupada em difundir a fé cristã.
03. (UNESP) - As invasões e dominação de vastas regiões pelos árabes na Península Ibérica provocaram transformações
importantes para portugueses e espanhóis, que os diferenciaram do restante da Europa medieval. As influências dos árabes,
na região, relacionaram-se a
a) acordos comerciais entre cristãos e mouros, a fim de favorecer a utilização das rotas de navegação marítima em torno dos
continentes africano e asiático, para obter produtos e especiarias.
b) conflitos entre cristãos e muçulmanos, que facilitaram a centralização da monarquia da Espanha e Portugal, sem necessitar
do apoio da burguesia para efetivar as grandes navegações oceânicas.
c) difusão das ideias que ocasionaram a criação da Companhia de Jesus, responsável pela catequese nas terras americanas e
africanas conquistadas através das grandes navegações.
d) acordos entre cristãos e muçulmanos, para facilitar a disseminação das ideias e ciências romanas, fundamentais para o
crescimento comercial e das artes náuticas.
e) contribuições para a cultura científica, possibilitando ampliação de conhecimentos, principalmente na matemática e astronomia, que permitiram criações de técnicas marítimas para o desenvolvimento das navegações oceânicas.
04. (UDESC) - Analise as proposições sobre o Islamismo e a cultura ocidental.
I. O Islamismo é uma religião que se propagou no Oriente Próximo e Norte da África logo após a morte de Maomé, sobretudo entre os povos que viviam como pastores nômades e comerciantes das regiões desérticas.
II. Os mouros islamizados do Norte da África ocuparam diversos territórios da Península Ibérica, do início do século VIII ao final do século XV, permitindo que cristãos e judeus, que viviam em Portugal e na Espanha, mantivessem suas crenças e cultos, embora oferecessem vantagens àqueles que se convertessem ao Islã.
III. A Revolução Islâmica no Irã, em 1979, instituiu um estado fundamentalista xiita, no qual as leis do país passaram a ser inspiradas em preceitos religiosos. Com isso, aqueles que praticavam o ateísmo, as religiões politeístas, bem como a prostituição, o adultério feminino e o homossexualismo podiam ser punidos com a pena de morte.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa I é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
05. (MACKENZIE) - A respeito do nascimento e da consolidação dos Estados nacionais ibéricos, no limiar da Idade Moderna,
são feitas as seguintes afirmações:
I. As lutas de reconquista do território da península aos
muçulmanos, que a haviam ocupado desde o século
VIII, constituem um dos principais elementos do processo de formação desses Estados nacionais.
II. A ascensão de D. João, mestre de Avis, ao trono português, em 1385, encontrou apoio nos grupos de
comerciantes portugueses, numa época de florescimento das atividades comerciais no Reino.
III.O ano de 1492, além de selar definitivamente a centralização política da futura Espanha após a vitória
militar sobre o rei mouro de Granada, marca a descoberta da América por Colombo, que viajara a serviço
dos “Reis Católicos”.
Assinale:
a) se apenas I é correta.
b) se apenas I e II são corretas.
c) se apenas II e III são corretas.
d) se apenas I e III são corretas.
e) se I, II e III são corretas.
06. (FGV-SP) - Em 1939, atendendo ao apelo do Papa Pio XII, o
Conselho de Imigração e Colonização do Ministério das
Relações Exteriores do Brasil resolveu autorizar a entrada
de 3 000 imigrantes de origem “semita”. Condição sine
qua non para obter “o visto da salvação”: a conversão ao
catolicismo. Pressionados pelos acontecimentos que
marcavam a história do III Reich, os judeus, mais uma
vez, foram obrigados a abandonar seus valores culturais
em troca do título de cristão.
[Maria Luiza Tucci Carneiro,
O anti-semitismo na era Vargas (1930-1945)]
A situação apresentada tem semelhança com o processo
histórico da
a) permissão apenas do culto católico no Brasil, conforme
preceito presente na primeira Constituição, de 1891.
b) repressão ao arraial de Canudos, no sertão baiano, pois
recaiu sobre os sertanejos a acusação de ateísmo.
c) obrigatoriedade, conforme costume colonial, dos
negros alforriados de conversão ao catolicismo para a
obtenção da efetiva liberdade.
d) conversão obrigatória dos judeus na Espanha e em
Portugal, a partir do final do século XV, o que gerou a
denominação cristão-novo.
e) separação entre Estado e Igreja no Brasil, determinada
pelo Governo Provisório da República, comandado por
Deodoro da Fonseca.
07. (ENEM) - A existência em Jerusalém de um hospital voltado para
o alojamento e o cuidado dos peregrinos, assim como
daqueles entre eles que estavam cansados ou doentes,
fortaleceu o elo entre a obra de assistência e de caridade
e a Terra Santa. Ao fazer, em 1113, do Hospital de
Jerusalém um estabelecimento central da ordem, Pascoal
II estimulava a filiação dos hospitalários do Ocidente a
ele, sobretudo daqueles que estavam ligados à peregrina -
ção na Terra Santa ou em outro lugar.
A militarização do Hospital de Jerusalém não diminuiu a
vocação caritativa primitiva, mas a fortaleceu.
DEMURGER, A. Os Cavaleiros de Cristo. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2002 (adaptado).
O acontecimento descrito vincula-se ao fenômeno ocidental do (a)
a) surgimento do monasticismo guerreiro, ocasionado
pelas cruzadas.
b) descentralização do poder eclesiástico, produzida pelo
feudalismo.
c) alastramento da peste bubônica, provocado pela
expansão comercial.
d) afirmação da fraternidade mendicante, estimulada pela
reforma espiritual.
e) criação das faculdades de medicina, promovida pelo
renascimento urbano.
08. (UNICAMP) - Tradicionalmente, a vitória dos cristãos sobre os muçulmanos na Batalha de Covadonga, na região da Península
Ibérica, em 722, foi considerada o início da chamada
Reconquista. Mais do que um decisivo confronto bélico,
Covadonga foi uma luta dos habitantes locais por sua
autonomia. A aproximação ideológica desta vitória, feita
mais tarde por clérigos das Astúrias, conferiu à batalha a
importância de um fato transcendente, associado ao que
se considerava a missão da monarquia numa Hispânia que
tombara diante dos seus inimigos.
(Adaptado de R. Ramos, B. V. Sousa e N. Monteiro (orgs.), História
de Portugal. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2009, p. 17-18.)
a) Explique o que foi a Reconquista.
b) De que maneiras a Batalha de Covadonga foi reutilizada no discurso histórico e político pelos clérigos
das Astúrias?
09. (QUESTÃO) - Considere o texto para responder o que se pede:
Os mais conhecidos eram os árabes e os berberes, mas existiam outros. Este termo foi empregado de forma especial no que se refere aos que se encontravam em áreas cristãs por motivo de cativeiro de guerra ou rendição de territórios.
(https://www.infoescola.com/)
O nome dado pelos cristãos às pessoas de pele escura e de religião muçulmana que habitaram a Península Ibérica, do século VIII ao XV:
a) Bárbaros
b) Astecas
c) Incas
d) Sumérios
e) Mouros
10. (UPENET/IAUPE) - “No interior do Brasil pode-se ainda ver hoje em dia a dramatização da luta entre mouros e cristãos em evento que costuma ocorrer por ocasião das festas juninas. Trata-se de uma tradição comum nos dois lados do Atlântico, cuja realização periódica tem por fim reforçar as identidades coletivas. No caso europeu, desempenha papel na reafirmação da identidade nacional e religiosa ao atualizar um fato marcante de sua história. Quanto ao Novo Mundo, sua persistência desempenha dois papéis complementares, contribui para fortalecer laços culturais cristãos, funcionando como ritual de aproximação e integração. Ao mesmo tempo, contribui para acentuar a negação da presença islâmica em solo ibérico”.
Fonte: MACEDO, José Rivair. Mouros e cristãos: a ritualização da conquista no velho e no Novo Mundo. In: Bulletin du centre d’études médiévales d’Auxerre (BUCEMA). Hors-série, n° 2, 2008, p. 1-2. (Adaptado)
No texto, as referências aos mouros na cultura popular ibero-americana evidencia qual evento ocorrido no medievo europeu?
a) Guerras de reconquista na península ibérica entre cristãos e muçulmanos.
b) Influências culturais dos símbolos islâmicos medievais no cristianismo ibérico.
c) Alianças políticas e econômicas estabelecidas entre os ibéricos e os muçulmanos.
d) Disputas territoriais entre cristãos e mouros ocorridas em certos períodos do ano.
e) Construções coletivas da identidade cultural dos ibéricos como referência oriental.
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08. (UNICAMP) - RESPOSTA:
a) Guerra travada pelos cristãos de ascendência
visigótica contra os mouros/árabes muçulmanos,
que haviam invadido e conquistado a Península
Ibérica em 711. O longo conflito, que durou de 722
(vitória dos cristãos em Covadonga) a 1492
(rendição de Granada, último reduto mouro na
Espanha), deu origem aos reinos de Portugal,
Leão, Castela, Navarra e Aragão, sendo que os
quatro últimos formaram o Reino da Espanha.
b) As Astúrias – região no extremo norte da Penín -
sula Ibérica – foi o ponto de partida da Guerra da
Reconquista. Segundo o texto, os clérigos da
região utilizaram a vitória de Covadonga como a
matriz de uma monarquia cristã que resultaria no
moderno Reino da Espanha, unificado no século
XV pelo casamento de Fernando de Aragão com
Isabel de Castela e Leão.
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