01. (FATEC) - Tinha cinco metros o mapa que dominou o encontro, que
teve lugar na Chancelaria do Reich. Mostrava o
continente, com rios, lagos, nomes de alguns locais e
muitas manchas brancas.
Quando a Conferência chegou ao fim, depois de mais de
três meses de discussões, ainda havia grandes extensões
do continente onde nenhum europeu tinha posto os pés.
Representantes de diversos países deslocaram-se a
convite do chanceler alemão Otto von Bismarck para
dividirem o continente entre si, “em conformidade com o
direito internacional”. Com duas exceções, todos os
Estados que hoje compõem o continente foram divididos
entre as potências coloniais poucos anos após o encontro.
Muitos historiadores consideram que a Conferência foi o
fundamento de futuros conflitos internos no continente.
02. (UFSCAR) - Entre 1957 e 1964, quase todos os territórios africanos
tornaram-se livres do domínio europeu, com exceção
dos que estavam sob o controle dos
a) portugueses, que só se tornaram independentes a
partir de 1974, depois de lutas contra os exércitos
coloniais e da queda da ditadura salazarista.
b) ingleses, que mantiveram o regime de apartheid nas
regiões da África do sul, e só se tornaram
independentes na década de 1990.
c) franceses, que permaneceram sob o regime colonial
até as guerras da Argélia e do Congo na década de
1970.
d) belgas, cujos colonizadores permaneceram por longos
anos na África no controle do processo de mudança
política, saindo do continente após a guerra em
Ruanda.
e) holandeses, que só conseguiram autonomia depois da
revolta dos Zulus na década de 1970.
03. (FGV-SP) - Feitas as contas, a historiografia tradicional do bandeiran -
tis mo errou na proposição secundária (as bandeiras
caçavam índios para vendê-los no Norte), mas acertou na
principal (as bandeiras foram originadas pela quebra do
tráfico atlântico): os anos 1625-50 configuram, incon tes -
tavel mente, um período de “fome de cativos”.
(Luiz Felipe de Alencastro, O trato do viventes. p. 198-9)
Esse “período de ‘fome de cativos’” relacionou-se
a) aos conflitos entre os holandeses e os portugueses no
controle sobre o tráfico negreiro africano.
b) às inúmeras guerras internas na África, que
diminuíram drasticamente a oferta de homens para o
tráfico intercontinental.
c) à ascensão da marinha de guerra inglesa que,
interessada na exploração da África, conteve a retirada
de homens do continente.
d) à ação militar e diplomática da França, que obteve o
monopólio virtual do tráfico de escravos para a
América.
e) a importantes restrições de escravização dos africanos
impostas pela Igreja Católica.
04. (FMABC) - Os acontecimentos que tiveram maior impacto sobre a
opinião pública relacionam-se com a longa guerra de
guerrilhas dos argelinos contra os franceses, dos dois
lados do Mediterrâneo. O movimento organizado pela
FLN (Frente de Libertação Nacional) se prolongou de
1954 a 1962 e teve como resultado a independência da
Argélia.
(José Rivair Macedo, 2015. Adaptado.)
Sobre os acontecimentos retratados no excerto, pode-se
afirmar que
a) a independência dos países africanos foi um processo
controlado pelas metrópoles a fim de minimizar os
prejuízos da ruptura política.
b) os movimentos de independência na Ásia adotaram
como estratégias dominantes a desobediência civil e o
boicote aos produtos metropolitanos.
c) a descolonização da África foi influenciada pelos jogos
de interesses das duas superpotências mundiais no
contexto da Guerra Fria.
d) a ideologia nacionalista foi abandonada pelas
lideranças asiáticas por ser considerada uma teoria
exógena ao continente.
e) após a emancipação política, regimes democráticos e
liberais foram instalados na maioria dos países
africanos.
05. (UNESP) - As primeiras expedições na costa africana a partir da
ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos
berberes, foram registrando a geografia, as condições de
navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses
negociavam com as populações locais e sequestravam
pessoas que chegavam às praias, levando-as para os
navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era
justificado pelo fato de esses povos serem infiéis,
seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e
portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser
justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal,
os povos encontrados não eram islamizados, portanto não
eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de
Deus, e no entender dos portugueses da época também
podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao
cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na
vida além desta.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
O texto caracteriza
a) o mercado atlântico de africanos escravizados em seu
período de maior intensidade e o controle do tráfico
pelas Companhias de Comércio.
b) o avanço gradual da presença europeia na África e a
conformação de um modelo de exploração da natureza
e do trabalho.
c) as estratégias da colonização europeia e a sua busca
por uma exploração sustentável do continente africano.
d) o caráter laico do Estado português e as suas ações
diplomáticas junto aos reinos e às sociedades
organizadas da África.
e) o pioneirismo português na expansão marítima e a
concentração de sua atividade exploradora nas áreas
centrais do continente africano.
06. (UNESP) - O “novo tipo de colonialismo”, mencionado no texto,
tem, entre suas características,
a) a busca de fontes de energia e de matérias-primas pelas
potências europeias, associada à realização de expedições científicas de exploração do continente africano.
b) a tentativa das potências europeias de reduzir a
hegemonia norte-americana no comércio internacional
e retomar posição de liderança na economia mundial.
c) o esforço de criação de um mercado consumidor
global, sem hierarquia política ou prevalecimento
comercial de um país ou continente sobre os demais.
d) a aquisição de escravos pelos mercadores africanos,
para ampliar a mão de obra disponível nas colônias
remanescentes na América e em ilhas do Oceano
Pacífico.
e) o estabelecimento de alianças políticas entre líderes
europeus e africanos, que favorecessem o avanço
militar dos países do Ocidente europeu na Primeira
Guerra Mundial.
07. (MACKENZIE) - As grandes mudanças que se verificam na arte
náutica durante a segunda metade do século XV levam
a crer na possibilidade de chegar-se, contornando o
continente africano, às terras do Oriente. Não se pode
afirmar, contudo, que a ambição de atingir por via marítima esses países de fábula presidisse as navegações
do período henriquino, animada por objetivos
estritamente mercantis. (...) Com a expedição de Antão
Gonçalves, inicia-se em 1441 o tráfico negreiro para o
Reino (...) Da mesma viagem procede o primeiro ouro
em pó, ainda que escasso, resgatado naquelas partes.
O marfim, cujo comércio se achava até então em mãos
de mercadores árabes, começam a transportá-lo os
barcos lusitanos, por volta de 1447.
Sérgio Buarque de Holanda, Etapas dos descobrimentos
portugueses
Assinale a alternativa que melhor resume o conteúdo
do trecho acima.
a) A descoberta do continente americano por espanhóis,
e, depois, por portugueses, revela o grande anseio dos
navegadores ibéricos por chegar às riquezas do
Oriente através de uma rota pelo Ocidente.
b) Os portugueses logo abandonaram as viagens de
descoberta para o Oriente através do Atlântico, visto
que lhes bastavam as riquezas alcançadas na África,
ou seja, ouro, marfim e escravos.
c) Embora a descoberta de uma rota africana para o
Oriente fosse, para os portugueses, algo cada vez
mais realizável em razão dos avanços técnicos, foi a
exploração comercial da costa africana o que, de
fato, impulsionou as viagens do período.
d) As navegações portuguesas, à época de D. Henrique,
eram motivadas, acima de tudo, pelo exotismo
fabuloso do Oriente; secundariamente, contudo,
dedicavam-se os portugueses ao comércio de
escravos, ouro e marfim, sobretudo na costa africana.
e) Durante o período henriquino, os grandes aperfeiçoamentos técnicos na arte náutica permitiram aos
portugueses chegar ao Oriente contornando o
continente africano.
08. (FGV-SP) - O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a
guerra civil em curso na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão, revelam
uma África marcada pela divisão e pela violência. Esse
estado de coisas deve-se, em parte,
a) às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas entre os defensores do
liberalismo e os adeptos do planejamento central.
b) à intolerância religiosa que impede a consolidação
dos estados nacionais africanos, divididos nas
inúmeras denominações cristãs e muçulmanas.
c) aos graves problemas ambientais que produzem
catástrofes e aguçam a desigualdade ao perpetuar a
fome, a violência e a miséria em todo o continente.
d) à herança do colonialismo, que introduziu o conceito
de Estado-nação sem considerar as características
das sociedades locais.
e) às potências ocidentais que continuam mantendo
uma política assistencialista, o que faz com que os
governos locais beneficiem-se do caos.
09. (ENEM) - No império africano do Mali, no século XIV, Tombuctu foi centro de um comércio internacional onde tudo era negociado – sal, escravos, marfim etc. Havia também um grande comércio de livros de história, medicina, astronomia e matemática, além de grande concentração de estudantes. A importância cultural de Tombuctu pode ser percebida por meio de um velho provérbio: “O sal vem do norte, o ouro vem do sul, mas as palavras de Deus e os tesouros da sabedoria vêm de Tombuctu”.
ASSUMPÇÃO, J. E. África: uma história a ser reescrita. In: MACEDO, J. R. (Org.). Desvendando a história da África. Porto Alegre: UFRGS. 2008 (adaptado).
Uma explicação para o dinamismo dessa cidade e sua importância histórica no período mencionado era o(a)
a) Isolamento geográfico do Saara ocidental.
b) Exploração intensiva de recursos naturais.
c) Posição relativa nas redes de circulação.
d) Tráfico transatlântico de mão de obra servil.
e) Competição econômica dos reinos da região.
10. (MACKENZIE) - Leia os textos a seguir:
“De Tarkala à cidade de Gana, gastam-se três meses de marcha um deserto árido. No país de Gana, o ouro nasce como plantas na areia, do mesmo modo que as cenouras. É colhido ao nascer do sol”. Ibn al-Fakih. Citado em: Alberto da Costa e Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.32 “[Gana] é a terra do ouro.
(...) Toda a gente do Magreb sabe, e ninguém disto discrepa, que o rei de Gana possui em seu palácio um bloco de ouro pesando 30 arratéis (cerca de 14 kg). Esse bloco de ouro foi criado por Deus, sem ter sido fundido ao fogo ou trabalhado por instrumento. Foi, porém, furado de um lado ao outro, a fim de que nele pudesse ser amarrado o cavalo do rei. É algo curioso que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo e que ninguém possui a não ser o rei, que disso se vangloria diante de todos os soberanos do Sudão”. Al-Idrisi.
Citado em: Alberto da Costa e Silva. Imagens da África: da Antiguidade ao século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.37
Os textos foram escritos por viajantes árabes ao observarem aspectos sobre o Reino de Gana, na África, durante a Idade Média europeia. Pela análise dos excertos, é correto afirmar que tal Reino
a) Causava espanto e admiração, tanto pelo desenvolvimento econômico como pelo poder teocrático politeísta de governante.
b) Causava estranhamento em seus visitantes, tanto pela quantidade exagerada de metais preciosos disponíveis como pelo poder autoritário do governante.
c) Provocava perplexidade nos viajantes, pois não compreendiam seu desenvolvimento em meio a um continente marcado pela inexistência de civilizações.
d) Desenvolveu-se sustentado pela riqueza do ouro e pela crença monoteísta, fator que o desqualificava perante os viajantes que ali passavam.
e) Impressionava seus visitantes, tanto pela opulência trazida pelo ouro como pela sua complexa organização política e social.
11. (FGV-SP) - “Em muitos reinos sudaneses, sobretudo entre os reis e as elites, o islamismo foi bem recebido e conseguiu vários adeptos, tendo chegado à região da savana africana, provavelmente, antes do século XI, trazido pela família árabe-berbere dos Kunta. (...) O islamismo possuía alguns preceitos atraentes e aceitáveis pelas concepções religiosas africanas, (...) associava as histórias sagradas às genealogias, acreditava na revelação divina, na existência de um criador e no destino. (...) O escritor árabe Ibn Batuta relatou, no século XIV, que o rei do Mali, numa manhã, comemorou a data islâmica do fim do Ramadã e, à tarde, presenciou um ritual da religião tradicional realizado por trovadores com máscaras de aves.”
(Regiane Augusto de Mattos, História e cultura afro-brasileira. 2011)
a) A penetração do islamismo nas regiões subsaarianas mostrou-se superficial porque atingiu poucos setores sociais, especialmente aqueles voltados aos negócios comerciais, além de sofrer forte concorrência do cristianismo.
b) A presença do islamismo no continente africano de ri - vou da impossibilidade dos árabes em ocupar regiões na Península Ibérica, o que os levou à invasão de territórios subsaarianos, onde ocorreu violenta imposição religiosa.
c) O desprezo das sociedades africanas pela tradição árabe gerou transações comerciais marcadas pela desconfiança recíproca, desprezo mudado, posteriormente, com o abandono das religiões primitivas da África e com a hegemonia do islamismo.
d) O comércio transaariano foi uma das portas de entrada do islamismo na África, e essa religião, em algumas regiões do continente, ou incorporou-se às religiões tradicionais ou facilitou uma convivência relativamente harmônica.
e) As correntes islâmicas mais moderadas, caso dos sunitas, influenciaram as principais lideranças da África ocidental, possibilitando a formação de novas denominações religiosas, não islâmicas, desligadas das tradições tribais locais.
12. (UFRGS) - Assinale a alternativa correta sobre a história das diferentes sociedades africanas até o século XVI.
a) O império Songhai, situado às margens do rio Níger, teve em sua capital Gao um importante polo mercantil que reunia mercadores oriundos da Líbia, do Egito e do Magreb.
b) As sociedades da África equatorial, em função das condições geográficas e climáticas pouco propícias, eram formadas predominantemente por pastores de animais de pequeno porte, sendo praticamente inexistente na região o cultivo de produtos agrícolas.
c) As sociedades de origem Bantu, localizadas na região da África meridional entre os séculos XII e XV, eram predominantemente nômades e coletoras, não organizadas em aldeias e com escasso desenvolvimento tecnológico.
d) A África, marcada pela intensa difusão do cristianismo durante as Cruzadas, contou, entre os século XI e XV, com reduzida presença de elementos islâmicos na definição das variadas culturas existentes no continente.
e) O estabelecimento da colônia portuguesa em Moçambique, no século XVI, definiu o início das rotas comerciais ligando a região oriental do continente africano, entre Madagascar e o Chifre da África, com a Europa e a Ásia.
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