O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou em entrevista coletiva nesta sexta-feira, 1º de abril, as diretrizes da Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem), que será aplicada aos alunos no segundo, quarto e sexto anos dos cursos. O objetivo é realizar o monitoramento progressivo da qualidade do ensino de medicina a partir de agosto deste ano.
A Anasem busca avaliar a incorporação de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários a prática médica pelos graduandos durante o processo formativo. A prova será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aos estudantes do segundo, quarto e sexto anos dos cursos. Com base na lei do programa Mais Médicos (12.871/2013), a avaliação será um componente curricular obrigatório e condição para a diplomação dos novos médicos.
De acordo com o ministro, a avaliação tem impacto na qualidade da formação médica no Brasil. “É uma avaliação muito mais completa, que vai ajudar a avaliar tanto o estudante quanto a instituição. É uma avaliação que permite a você corrigir durante o curso da formação. Vamos ter um salto de qualidade no processo de avaliação, sempre buscando aprimorar a formação de médicos brasileiros", disse Mercadante.
As avaliações do segundo e quarto anos terão caráter formativo, indicando pontos fortes e deficiências. No sexto ano de curso, a prova seguirá os moldes do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) e os estudantes deverão atingir uma nota mínima para que possam se formar.
De acordo com o reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenador da Comissão Nacional do Revalida, Henry Campos, a prova avalia o conhecimento teórico e as habilidades clínicas. “Existe uma nota de corte, como é feito no Revalida, e para o estudante exercer a profissão deverá passar da nota de corte”, explicou Campos. “A definição da nota de corte é feita por um painel de especialistas, a cada prova que estabelece qual seria o percentual de acerto esperado para um aluno considerado médio”, concluiu.
Deverão fazer as provas os estudantes que ingressaram na universidade a partir de 2015. A primeira avaliação, em agosto deste ano, será para aqueles no segundo ano do curso.
Revalida - Ainda na coletiva, Mercadante anunciou o resultado da edição 2015 do Revalida. A avaliação é obrigatória para que médicos que têm diploma expedido por instituições estrangeiras possam exercer plenamente a prática médica no Brasil.
Criado em 2011, o processo de revalidação passou a ser unificada para 44 universidades federais. Antes do Revalida, cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise seguindo a legislação.
A edição de 2015 do Revalida teve o maior número de inscritos da série histórica, cerca 4000 participantes, e aprovou 1.683 médicos, um percentual de aprovação 10% superior ao de 2014; desse total, 54,7% eram brasileiros que se formaram em medicina no exterior.
O ministro destacou a importância do programa Mais Médicos para o aumento das aprovações. “O grande fator que explica o número de participantes e aprovações foi a experiência vivida no Mais Médicos. Esses médicos eram diplomados, mas com o Mais Médicos eles puderam exercer a medicina com supervisão e formação continuada, e isso contribuiu para que eles melhorassem a sua formação originária”, afirmou.
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